...E então aceito o belo que contemplo. Não preciso deveras possuí-lo.
Compreendo bem agora a ânsia da qual me liberto com essa atitude sábia.
Estar mais atento ao que possuo e posso
prazerosamente desfrutar, liberto da busca imanente que sempre foi o querer
mais e mais, sem dar-me conta do que já possuo em minhas mãos.
E acrescido a esse ato libertador, que muita paz proporciona e me
protege mesmo de expor-me às paixões outrora inevitáveis, alia-se a aceitação
dos demais. E não me incomoda se me deparo com um que demostra sabedoria e
com outro que é pura estupidez. Declino
ao sábio, e sei que o estúpido se não o é por ignorância, o é pela própria
natureza de que há o erro e acerto, e até mesmo do bom e do mau gosto quanto a
tudo, inclusive e também ao que se atribui ao espírito.
E
agora, só agora começa a despontar uma possibilidade de viver a vida com uma
autenticidade maior. Não ter que ocupar-me de me apossar e ser senhor de coisas
que deveras até encantam os sentidos mas,
são porém efêmeras no seu encantamento, me abre espaço para aplicar-me
mais ao que minha razão aponta e meu coração reconhece como componente
somatório da alma do sábio.
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