sábado, 12 de novembro de 2011

UM NOVO POEMA

O DECLINAR DE UMA AURORA


Por que há anacronismo em mim,
Se a sintonia de todos está na felicidade?
Por que minha alma clama por glória,
Se meu corpo exala derrota?

Talvez jamis saiba,
Talvez não devesse ousar indagar.
Se amei e amei a ti somente,
Porque então questionar.

Olho a ave que altaneira,
Se eleva,
E que consigo minha alegria leva,
E respondo comigo,
E tão somente à um possível amigo:
Deixe-a ir,
Deixe-a partir,
Minha dor ela ignora.

Vi recostado ao umbral de minha porta então,
O mais nobre fiel amigo,
Era meu cão valente,
A suportar o meu castigo.

Ornei Orfeu em desafio,
Vi naufragar o meu navio.

Meu reinado por mim espera,
Porque lá distante no horizonte,
Onde sei trona Hera
Ardente fogo de mim se esconde.


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