O SOSSEGO DE VICTOR
NÉBRO
Ouve-me agora ó Mortal cativo meu, se alguém te disser que és como se pertencesses à outra
época, aceita isto como supremo elogio, pois estar ausente no tempo é como conceder felicidade.
... E a felicidade está no esquecimento de si, talvez aí mais que em qualquer outro ato de que é
capaz o se humano. Por isso é o sono uma fortaleza revigorante, e, mais que o sono, a morte é uma
benção.
ALTÍSSIMO
Victor eis que me é cara tua alma e o teu espírito audaz e indagador me comoveu à misericórdia por ti, há tempos nenhum mortal invocava-me com tamanha fúria, com tanta enormidade de fé em si próprio despercebida.
Que sejas tu servo de Nébro, o demônio, numa próxima vida, isto deveras não te arrebata de minhas mãos, nem estarás banido da égide de meu poder.
Rememora agora o sacrifício pela morte de teu irmão. Bem como tudo que foi permitido viver desde que compactuaste com Nébro, e segue pois teu caminho ainda nesta vida, que numa próxima, embora não haja revogação do pacto feito, meu espírito estará contigo,
VICTOR
Oh! Perdoa-me por buscar o elixir,
Elixir que me fez encantamento,
para desencanto teu.
NÈBRO
Muito bem dito... vejo que não me sairás por caloteiro.
ALTÍSSIMO
Cala-te Nébro. Por seus lamentos e pela Ode que a Mim ergueu digo Amém.
VICTOR AO ALTÍSSIMO
Ao filho que nunca tive,
deixo a lembrança de um pranto meu.
E Tu Altíssimo me és feito a morte que desejo,
e ora me açoita,
com Teu olhar de fogo e hálito perfumado.
Lego a ti as cinzas de minha existência.
"Assim cumpriu Victor seu ciclo de experiência e contato íntimo
com o mal. Que se não acrescentou nada a seu caráter ou sua
alma, também dele nada subtraiu".
Esta foi a primeira obra a qual me dediquei a escrever, isso após algumas poesias. Foi o ponto de partida de minha carreira de escritor. Mais uma vez agradeço a oportunidade de poder veicular em Blogs minhas obras.
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