quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ARRISCANDO EM OUTRA POESIA....

            OBLATA


     Terra que meus pés pisam,
     Caminhos pelos trilho...


     Recolha eu todas as pedras que encontrar,
     Desvie eu de todo e qualquer espinho que possa pisar,


     Colha ainda algumas flores que encontrar,
     E eleve tudo a um sublime altar.

domingo, 25 de dezembro de 2011

BOAS NOVAS

     Aguardo o arauto de boas novas,
     Que espalhará venturas,
     Por entre todos os homens.


     Aguardo o arauto de boas novas,
     Que virá ornado de diademas,
     E tronará por sobre toda a Terra.

     Aguardo um arauto em novidade,
     Que conduzirá a todos,
     Por uma mesma trilha,
     Por um mesmo caminho.


     Aguardo o arauto,
     Que virá lá das alturas,
     Socorrer a todos,
     E a cada um...
     Com voz austéra ditando aos homens,
     O paraíso que por eles espera. 


    Aguardo o arauto,
    Que virá lá das alturas. . .

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

VEM SEGUE-ME...

    Albatroz, albatroz querido,
    Sai hoje a procura de um amigo,


    Léguas e mais léguas andei,
    E só sombras encontrei,


    Albatroz, albatroz querido,
    Onde se escondeu o meu amigo...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

PARA UMA DEUSA QUE ME SOCORREU...

     - Em memória de minha avó materna....


        Ergue tau voz,
        Teu brado ,
        Oh! Imponente deusa....


        Venha até mim nave do norte,
         Traz-me esperança e não morte.


        Venha até mim nave do norte,
         Desvendas dos céus a minha sorte.


        Desponte Apolo o Sol a carruagem,
        Mareja-me os olhos com sutil miragem.


       Devolva ao meu corpo,
       De humus fácil e quente....
       Todo o poder de mim ausente.


       Erga em trapel,
       Oh! Zeus potente,
       De Hares a guerra,
       Por sobre a terra ardente.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

EM BUSCA DE INPSIRAÇÃO...

MAIS UM POEMA...

....A VERDADEIRA FACE DE MIM


    Queria ainda perder,
    Completamente o pudor,
    E não envergonhar-me de ter sempre comigo,
    A ânsia que sempre tive...
    De cobrir de véus [ainda que diáfanos],
    O que me é por feio,
    Assim não me será por estupidez ou carência,
    Desejar somente o belo.
    Quero os regatos da verdade,
    A deslizar por duras pedras,
    Do que me possa ser por oculto.
    E destemido contemplar então,
    Possíveis revelações.
    Não prescindo da santidade,
    De forma alguma!
    Para mim mistério mais saboroso,
    Que poder sorver a alma de algum santo,
    Que por pura condição,
    Esparrama milagres.
    E como jamais desprezei  a riqueza,
    Gostaria de estátua minha esculpir.
    Estátua que ao se desgastar,
    Pudesse vir a suprir,
    Possíveis pobrezas,
    Alheias às minhas.
    

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

UM NOVO POEMA . . .

  PARNASO DA POESIA




    Edifica agora
    Pensamento meu,
    O que me seria ,
    Por uma morada celestial.


    E que seja esta por palácio, 
    Onde quem sabe algum dia,
    Possa vir a percorrer,
    A minha alma.


    Imensas  e sólidas colunas,
    Não dispenso.
    Bem como de todas
    As cores faço uso.


    Da natureza desde já,
    Também recolho: 
    O verdor de belas folhagens, 
    O veludo dos musgos,
    E o tecido áspero das trepadeiras.


    Não dispenso também das flores,
    Com seus sublimes aromas ...


    Tesouros também os quero,
    Pedras preciosas,  
    E metal raro:
    Ouro e prata me é necessário.


    Suntuosos aposentos quero,
    Todos eles bem ornados,
    O que de melhor arte há na terra,
    Comigo elevo.


    Que hajam sólidas paredes,
    Onde possa repousar,
    Os mais belos quadros,
    Que aqui embaixo na terra vi.


    Que haja também,
    Janelas e portais,
    Para que possa meus olhos ver,
    O firmamento em seu explendor.


    Quero cortinas,
    De tecido raro,
    E mobília também me é indispensável,
    Madeira nobre para isso assim desejo.


    Seja-me por leio,
    Um daqueles,
    Onde deuses gregos e romanos,
    Repousaram...


    Que tome posse eu de uma arca,
    Onde estarão sempre a meu alcance,
    Ornamentos suaves,
    De pedras raras.


    Tecido caro,
    Para possíveis vestes,
    Também não desprezo.


     É só isso que quero,
     E nada mais,
     Deixo cá embaixo,
     Os demais mortais.


     Solidão vertida em esperança,
     O conforto deste palácio,
     Assim me apraz.


     E serei então consolado.
     Quem sabe assim,
     Me venham nuvens brancas,
     Que hora ou outra me anunciem:
     - Há um anjo, arcanjo,
        Querubim, ou Serafim.


     Faça posse minha alma,
     De tão obra assim edificada,
     E seja ela para meu espírito,
     Por eterna morada. 








    




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"O PARAISO PERDIDO..."

Quando ousei comer o fruto proibido no Éden, estou certo de que sabia comigo, que conhecedor era, do que minha alma deveras queria. 
E foi desse ato primeiro que pude perceber, na voz potente do Deus, uma medida também de onipotência em mim.
A partir dali, criatura e criador, se fundiram em meu interior.
E as legiões do mal, pareadas às hostes do bem,
se curvaram...
e fui então reconhecido em meu possível reinado.
Desde então estou convicto, minha marcha no mundo principiei.
E meus instintos - corcéis indomados - livre caminho para seu curso encontraram.
E passaram-se as eras,
e fui edificando no transcorrer do tempo,
alguma coisa na certa, para sempre incompleta.
Hoje, quando miro um edifício, ouço uma bela sinfonia, ou contemplo
um miserável que espera...
Tudo implica na dor do despertar primeiro... do primeiro latejar
da consciência em mim.
E lá nos recônditos de minha alma,
como que oculto em eterno mistério, rememoro o sabor da mordida no fruto.
E percebo  todo um tesouro em mim,
que na certa não perceberia,
não houvesse no Éden ousado,
aquele primeiro ato.
...
Se despertei de um sono do qual não era possível distinguir,
um espaço no tempo,
de uma possível eternidade...
Um sono que fazia de mim um desconhecedor de mim mesmo,
num processo continuo do existir...
E se vida e morte,
bem e mal,
amor e ódio...
eram linhas paralelas em concurso no infinito,
sem ser eu senhor de opção e domínio sobre
nenhuma delas...
Então na certa dei o passo certeiro,
quando provei daquele fruto primeiro,


                   Ivan Alecnar