sábado, 12 de novembro de 2011

"ODE AO SUPREMO"

Oh! Todo Poderoso,
Ouve-me que é a ti que me dirijo eu,
Eis que meu espírito atribulado,
Me é por  escudo entre mim e ti,
É um vil celerado.
Que ora clama por tua misericórdia.
Um, que dentre os ímpios todos,
Te provoca a maior ira.
E te busco e não te encontro,
E indago de ti,
Naquilo que intuo que tu és,
E não me vem resposta.
Atenta pois agora à minhas súplicas,
É minha razão que cede lugar a fé.
E te digo eu:
- Inclina já os teus ouvidos a este lamento,
   Antes que constrangido em meu intento,
   Volte-me para a ignorância proposital,
   De tua existência.
   E arrependa-me em invocar,
   O que sem fundamento para mim é...
E contemplo os céus e a natureza,
E me pergunto,
Se és Terra, fogo, água ou sal. 
Imploro a ti Todo Poderoso,
Que não te passe despercebida,
Essa investida de minha alma,
Em alcançar-te em teu Soberano Posto,
O mundo Celestial em que Habitas.
Sou o último dos mortais,
Das criaturas que criastes,
A mais vil.
Sou aquele que argui com seu Criador.
E não há arreio que me contenha,
Minha dor e meu sofrimento,
Me é por espora e rebém,
Suplico-te,
Fende meu crânio com um raio certeiro.
Dá luz a um cego que não te vê.
Faz-me cinza e pó,
E conce-de-me do esquecimento de mim.
Ou mata-me então a sede,
De perceber o teu poder.
Pois como Vês ,
Não exito em afrontar-te,
E isto me tem sido,
Por anátema e maldição.
Detêm-me agora...
E destrói-me..,
Seja em fogo abrasador,
Ou lançando-me em trevas de esquecimento.
Para que me tornes eu o primeiro,
E talvez único teocida,
Sobre a face desta Terra pequenina,
Obra de tuas divas mãos.


             IVAN DE ALENCAR

Nenhum comentário:

Postar um comentário