sábado, 4 de janeiro de 2014

ALEX E O MISTÉRIO DA VIDA





 ALEX E O MISTÉRIO DA VIDA



     Meu nome? Meu nome é Alex. E vivo hoje só. Só e isolado do mundo. Na verdade me pergunto se toda a abrangência de meu ser é capaz de ocupar o espaço ilimitado de que disponho. Na verdade vivo uma questão profunda. Ou melhor sobrevivo à uma indagação profunda. Homem maduro que sou, espanta-me ir de encontro a mim e descobrir-me tão negligente com a criteriosidade de uma vida decentemente burguesa.
     Se somos o resultado de nossas escolhas do passado. Se o que se vive no hoje e se projeta para o amanhã nada mais é que a somatória de nossas decisões vida a fora. Dou-me conta de que acertadamente errei muito então, ou colocando de outra forma: fiz as escolhas erradas, tomei decisões incertas, e o que chamei de liberdade para castigo meu não passou de um devaneio. Minha própria ausência de critérios, ou minha indiferença aos critérios que delineiam o indivíduo de caráter e valor, conduziu-me ao então homem, tão despido de qualidades e autênticos valores que hoje sou. Ao menos os valores que diz o mundo, a sociedade em que me insiro, prezar.
     Destemido por natureza, e convicto de que, na vida o que vale mesmo é o prazer que se extrai de cada instante vivido, conduzido fui até hoje pelo ímpeto de meus desejos.
     E jamais pensei fosse de mim desconhecida qualquer característica comportamento sólida. Sempre fui previsível perante mim, aos meus olhos, a meu foro íntimo.
     E talvez por isso mesmo fui homem de poucos sonhos, de ganância amena,  relapso para com as virtudes, ou impróprio para a prática de alguma sã virtude. Talvez tenha sido virtuoso, e nisso sei que não peco em afirmar, na prática da caridade de acudir o próximo. Isso óbvio, desde que não implicasse em ter que sacrificar o que era por sedimento a minha própria satisfação. Jamais daria na fome meu pão inteiro a um faminto. Um pedaço na certa, inteiro não.
     E como dizia no início, relegado à solidão, a um isolamento descomunal,  tenho deparado-me com o inevitável, sou obrigado a minha. Inclinado ao orgulho e à indiferença de qualquer crítica voltada à minha pessoa, sempre fui de uma concreticidade de ocupar-me de mim e somente de mim. E é com estranheza  entre eu e eu mesmo que, a cada dia, a cada momento vivido, me desdobro como um lençol  guardado numa gaveta. Ou pego-me a desnovelar um novelo que sempre esteve sossegado em seu canto aguardando o momento para ser desfiado e ceder seu fio a uma possível trama.
     E logo eu que sempre me considerei por natureza drástico sim, dramático não, dou-me conta de que principio numa encenação trágica. Uma encenação de mim para comigo, no palco restrito deste ambiente vasto,  que me serve por leito para o escorrer das águas do rio de meus dias.
    Jamais pude crer desde que fui lançado à arena da vida que seria de forma tão cruel conduzido a excluir-me do convívio humano. Na verdade amanheço e percebo-me como o sol a raiar no horizonte, iluminando nada além de uma extensão de terra tosca, uma paisagem sem encantos. E anoiteço buscando dissolver o silêncio mudo do dia em possíveis sonhos que fomentam minha alma sempre ávida de uma previsibilidade do amanhã desconhecido.
     E inspiro o ar vicioso da mesmice de meus próprios hábitos. Minha rotina é como uma rocha que resiste às intempéries. E esgoto-me em querer de mim uma novidade, quando de mim já o sou por completo mistério revelado.
     E o que alcanço a cada dia, no galgar dos degraus do tempo, não passa de uma previsibilidade de mim. Já sei hoje como serei amanhã. E conduzo então os fatos de forma simplificada. Minha vida se por quebra-cabeça tomo, encontro-a fácil, como formas de beiradas geométricas que se unem num critério óbvio demais para qualquer um que quisesse se ocupar dela.
     Mantenho assim os nervos tensos. Ergo e endureço a cerviz diante da vida e aguardo temeroso o que me restará no ponto final da existência. O espectro de minha própria morte.
     E a alegria, tristeza, tempestuosidade ou bonanza em mim, são como pontos antagônicos que se rivalizam entre si, nenhuma contrafacutualidade geram, a não ser um relampejo de mim, naquilo que já sei que sou.
     Portanto o avesso de mim é nada mais  que a inevitável ânsia daqueles que aguardam a chegada do trem na estação. Onde então devem recolher sua bagagem e principiar a marcha rumo ao lar que os aguarda. Lá onde seus compromissos são como tijolos que erguidos formarão algo de significativo, até mesmo de belo, ao olho de algum estranho.
     Percebo então que dentre muitos, não sou assim tão inevitavelmente previsível. Sou sim como uma interrogação, no final de uma frase inserida num diálogo entre Deus e o Diabo.
     E a resposta a essa indagação está lá, enterrada em meu íntimo. Constitui-se na verdade, na coroa de espinhos que orna meus dias e embeleza de forma sutil e significativa o mistério da vida.


 FIM


 ALEX E O MISTÉRIO DA VIDA



     Meu nome? Meu nome é Alex. E vivo hoje só. Só e isolado do mundo. Na verdade me pergunto se toda a abrangência de meu ser é capaz de ocupar o espaço ilimitado de que disponho. Na verdade vivo uma questão profunda. Ou melhor sobrevivo à uma indagação profunda. Homem maduro que sou, espanta-me ir de encontro a mim e descobrir-me tão negligente com a criteriosidade de uma vida descentemente burguesa.
     Se somos o resultado de nossas escolhas do passado. Se o que se vive no hoje e se projeta para o amanhã nada mais é que a somatória de nossas decisões vida a fora. Dou-me conta de que acertadamente errei muito então, ou colocando de outra forma: fiz as escolhas erradas, tomei decisões incertas, e o que chamei de liberdade para castigo meu não passou de um devaneio. Minha própria ausência de critérios, ou minha indiferença aos critérios que delineiam o indivíduo de caráter e valor, conduziu-me ao então homem, tão despido de qualidades e autênticos valores que hoje sou. Ao menos os valores que diz o mundo, a sociedade em que me insiro, prezar.
     Destemido por natureza, e convicto de que, na vida o que vale mesmo é o prazer que se extrai de cada instante vivido, conduzido fui até hoje pelo ímpeto de meus desejos.
     E jamais pensei fosse de mim desconhecida qualquer característica comportamento sólida. Sempre fui previsível perante mim, aos meus olhos, a meu foro íntimo.
     E talvez por isso mesmo fui homem de poucos sonhos, de ganância amena,  relapso para com as virtudes, ou impróprio para a prática de alguma sã virtude. Talvez tenha sido virtuoso, e nisso sei que não peco em afirmar, na prática da caridade de acudir o próximo. Isso óbvio, desde que não implicasse em ter que sacrificar o que era por sedimento a minha própria satisfação. Jamais daria na fome meu pão inteiro a um faminto. Um pedaço na certa, inteiro não.
     E como dizia no início, relegado à solidão, a um isolamento descomunal,  tenho deparado-me com o inevitável, sou obrigado a minha. Inclinado ao orgulho e à indiferença de qualquer crítica voltada à minha pessoa, sempre fui de uma concreticidade de ocupar-me de mim e somente de mim. E é com estranheza  entre eu e eu mesmo que, a cada dia, a cada momento vivido, me desdobro como um lençol  guardado numa gaveta. Ou pego-me a desnovelar um novelo que sempre esteve sossegado em seu canto aguardando o momento para ser desfiado e ceder seu fio a uma possível trama.
     E logo eu que sempre me considerei por natureza drástico sim, dramático não, dou-me conta de que principio numa encenação trágica. Uma encenação de mim para comigo, no palco restrito deste ambiente vasto,  que me serve por leito para o escorrer das águas do rio de meus dias.
    Jamais pude crer desde que fui lançado à arena da vida que seria de forma tão cruel conduzido a excluir-me do convívio humano. Na verdade amanheço e percebo-me como o sol a raiar no horizonte, iluminando nada além de uma extensão de terra tosca, uma paisagem sem encantos. E anoiteço buscando dissolver o silêncio mudo do dia em possíveis sonhos que fomentam minha alma sempre ávida de uma previsibilidade do amanhã desconhecido.
     E inspiro o ar vicioso da mesmice de meus próprios hábitos. Minha rotina é como uma rocha que resiste às intempéries. E esgoto-me em querer de mim uma novidade, quando de mim já o sou por completo mistério revelado.
     E o que alcanço a cada dia, no galgar dos degraus do tempo, não passa de uma previsibilidade de mim. Já sei hoje como serei amanhã. E conduzo então os fatos de forma simplificada. Minha vida se por quebra-cabeça tomo, encontro-a fácil, como formas de beiradas geométricas que se unem num critério óbvio demais para qualquer um que quisesse se ocupar dela.
     Mantenho assim os nervos tensos. Ergo e endureço a cerviz diante da vida e aguardo temeroso o que me restará no ponto final da existência. O espectro de minha própria morte.
     E a alegria, tristeza, tempestuosidade ou bonanza em mim, são como pontos antagônicos que se rivalizam entre si, nenhuma contrafacutualidade geram, a não ser um relampejo de mim, naquilo que já sei que sou.
     Portanto o avesso de mim é nada mais  que a inevitável ânsia daqueles que aguardam a chegada do trem na estação. Onde então devem recolher sua bagagem e principiar a marcha rumo ao lar que os aguarda. Lá onde seus compromissos são como tijolos que erguidos formarão algo de significativo, até mesmo de belo, ao olho de algum estranho.
     Percebo então que dentre muitos, não sou assim tão inevitavelmente previsível. Sou sim como uma interrogação, no final de uma frase inserida num diálogo entre Deus e o Diabo.
     E a resposta a essa indagação está lá, enterrada em meu íntimo. Constitui-se na verdade, na coroa de espinhos que orna meus dias e embeleza de forma sutil e significativa o mistério da vida.


 FIM


 ALEX E O MISTÉRIO DA VIDA



     Meu nome? Meu nome é Alex. E vivo hoje só. Só e isolado do mundo. Na verdade me pergunto se toda a abrangência de meu ser é capaz de ocupar o espaço ilimitado de que disponho. Na verdade vivo uma questão profunda. Ou melhor sobrevivo à uma indagação profunda. Homem maduro que sou, espanta-me ir de encontro a mim e descobrir-me tão negligente com a criteriosidade de uma vida decentemente burguesa.
     Se somos o resultado de nossas escolhas do passado. Se o que se vive no hoje e se projeta para o amanhã nada mais é que a somatória de nossas decisões vida a fora. Dou-me conta de que acertadamente errei muito então, ou colocando de outra forma: fiz as escolhas erradas, tomei decisões incertas, e o que chamei de liberdade para castigo meu não passou de um devaneio. Minha própria ausência de critérios, ou minha indiferença aos critérios que delineiam o indivíduo de caráter e valor, conduziu-me ao então homem, tão despido de qualidades e autênticos valores que hoje sou. Ao menos os valores que diz o mundo, a sociedade em que me insiro, prezar.
     Destemido por natureza, e convicto de que, na vida o que vale mesmo é o prazer que se extrai de cada instante vivido, conduzido fui até hoje pelo ímpeto de meus desejos.
     E jamais pensei fosse de mim desconhecida qualquer característica comportamento sólida. Sempre fui previsível perante mim, aos meus olhos, a meu foro íntimo.
     E talvez por isso mesmo fui homem de poucos sonhos, de ganância amena,  relapso para com as virtudes, ou impróprio para a prática de alguma sã virtude. Talvez tenha sido virtuoso, e nisso sei que não peco em afirmar, na prática da caridade de acudir o próximo. Isso óbvio, desde que não implicasse em ter que sacrificar o que era por sedimento a minha própria satisfação. Jamais daria na fome meu pão inteiro a um faminto. Um pedaço na certa, inteiro não.
     E como dizia no início, relegado à solidão, a um isolamento descomunal,  tenho deparado-me com o inevitável, sou obrigado a minha. Inclinado ao orgulho e à indiferença de qualquer crítica voltada à minha pessoa, sempre fui de uma concreticidade de ocupar-me de mim e somente de mim. E é com estranheza  entre eu e eu mesmo que, a cada dia, a cada momento vivido, me desdobro como um lençol  guardado numa gaveta. Ou pego-me a desnovelar um novelo que sempre esteve sossegado em seu canto aguardando o momento para ser desfiado e ceder seu fio a uma possível trama.
     E logo eu que sempre me considerei por natureza drástico sim, dramático não, dou-me conta de que principio numa encenação trágica. Uma encenação de mim para comigo, no palco restrito deste ambiente vasto,  que me serve por leito para o escorrer das águas do rio de meus dias.
    Jamais pude crer desde que fui lançado à arena da vida que seria de forma tão cruel conduzido a excluir-me do convívio humano. Na verdade amanheço e percebo-me como o sol a raiar no horizonte, iluminando nada além de uma extensão de terra tosca, uma paisagem sem encantos. E anoiteço buscando dissolver o silêncio mudo do dia em possíveis sonhos que fomentam minha alma sempre ávida de uma previsibilidade do amanhã desconhecido.
     E inspiro o ar vicioso da mesmice de meus próprios hábitos. Minha rotina é como uma rocha que resiste às intempéries. E esgoto-me em querer de mim uma novidade, quando de mim já o sou por completo mistério revelado.
     E o que alcanço a cada dia, no galgar dos degraus do tempo, não passa de uma previsibilidade de mim. Já sei hoje como serei amanhã. E conduzo então os fatos de forma simplificada. Minha vida se por quebra-cabeça tomo, encontro-a fácil, como formas de beiradas geométricas que se unem num critério óbvio demais para qualquer um que quisesse se ocupar dela.
     Mantenho assim os nervos tensos. Ergo e endureço a cerviz diante da vida e aguardo temeroso o que me restará no ponto final da existência. O espectro de minha própria morte.
     E a alegria, tristeza, tempestuosidade ou bonanza em mim, são como pontos antagônicos que se rivalizam entre si, nenhuma contrafactualidade geram, a não ser um relampejo de mim, naquilo que já sei que sou.
     Portanto o avesso de mim é nada mais  que a inevitável ânsia daqueles que aguardam a chegada do trem na estação. Onde então devem recolher sua bagagem e principiar a marcha rumo ao lar que os aguarda. Lá onde seus compromissos são como tijolos que erguidos formarão algo de significativo, até mesmo de belo, ao olho de algum estranho.
     Percebo então que dentre muitos, não sou assim tão inevitavelmente previsível. Sou sim como uma interrogação, no final de uma frase inserida num diálogo entre Deus e o Diabo.
     E a resposta a essa indagação está lá, enterrada em meu íntimo. Constitui-se na verdade, na coroa de espinhos que orna meus dias e embeleza de forma sutil e significativa o mistério da vida.


 FIM






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